quinta-feira, 28 de maio de 2009

ainda a propósito do ridículo

aqui há umas semanas li no jornal Público o seguinte cabeçalho:

"Tratamentos para alterar a orientação sexual não são uma coisa do passado"

não lhei dei atenção porque, sinceramente, achei-o demasiado ridículo...
no entanto, a saída deste artigo tem gerado muita discussão.

à pergunta "caso fossem procurados por um cliente que pretendesse "mudar" ou "redireccionar" a sua "orientação homossexual" tentariam fazê-lo?" responderam João Marques Teixeira (Presidente do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos) e Adriano Vaz Serra (Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental).

em resposta às suas declarações, vários técnicos de saúde mental assinaram uma "petição à Ordem dos Médicos sobre "reconversão" da orientação sexual", onde pediam "(...) A clarificação urgente da Direcção da Ordem dos Médicos sobre este tema.(...)", argumentando que "Como técnicos de Saúde Mental, não ignoramos o sofrimento psicológico de muitas pessoas LGBT, mas consideramos que ele não é resultante dos seus comportamentos, afectos ou identidades, antes é determinado por um contexto social marcado pela homofobia que se revela discriminatório. Neste sentido, consideramos que esse sofrimento resulta da interiorização de mensagens sociais negativas e que cabe aos técnicos de Saúde Mental reduzir a dissonância entre o peso destas mensagens interiorizadas e os sentimentos dessas pessoas, favorecendo a auto-aceitação, afirmação e validação da sua orientação sexual e da sua identidade sexual."

ainda em resposta a este artigo, várias associações defensoras dos direitos lgbt emitiram um comunicado mostrando-se chocadas com as afirmações e, há uns dias, a Direcção da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica lançou também um comunicado subscrevendo às afirmações destas acções.

hoje percebi o meu erro ao ignorar o tal artigo e ainda bem que nem toda a gente o fez.
é importante que se dê uma resposta a todas as afirmações semelhantes. é importante que a diversidade sexual tenha uma maior visibilidade e consiga o respeito, a compreensão e a aceitação (ou, no mínimo, a tolerância) que merece.

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